terça-feira, junho 14, 2005

Elisiário

Domingão. O dia amanheceu azul, com sol - mas um pouco frio. Foi mais um bom motivo para me levantar da cama e correr. Já não é de hoje que eu corro em Elisiário - numa estradinha que fica na frente da casa da minha sogra. Leva para uma fazendinha e durante o caminho tem diversos canaviais. O local eu já conhecia - e desde a última vez que estive ali percebi poucas mudanças. Mas me senti diferente. Estava forte, pronta para tentar alcançar mais tempo correndo. E lá fui eu. No meu lado esquerdo, casas e diversos pés de cana. No lado direito, haviam vacas e bezerros. E eu, como sou educada, cumprimentava as mimosas...
- Bom dia Dona Vaca!
E não é que por alguns instantes eu sentia que as bichanas me respondiam com a cabeça? Elas estavam ali, ruminando a grama, olhando para mim, balançando a cabeça... e eu correndo.

O barulho do vento nos pés de cana me dava uma sensação de frescor. O olhar atingia um horizonte sem fim. Correr ali é se perder. A cabeça vai longe, até onde o olho alcança... E mesmo correndo, é relaxante. É prazeroso... Quando fiz a curva, depois de chegar perto da fazenda, senti algo inédito. O vento estava contra mim. Era como se existisse uma barreira na minha frente e eu teria que superá-la. Cada passada era uma vitória. E o soar do vento em meus ouvidos... ai que coisa boa!!

Resolvi entrar no meio do canavial. E descobri o Motel da cidade. Olhando para o chão, contei 8 embalagens de camisinha. Bem que eu já tinha percebido que à noite alguns carros pegam a estradinha... hummm.... é ali, no meio daquele mato todo, que os casais vem namorar...

E assim, o tempo foi passando. No fim das contas, corri 50 minutos direto. Fiquei orgulhosa de mim. Agora quero ver se consigo alcançar os 10 km. Ontem fui no médico e ele me disse que tenho saúde de ferro e que minha condição cardíaca é boa - de atleta... UAU!!! Ninguém me segura!!!