domingo, junho 29, 2008

Artista

Caleu passou o sábado num workshop (que chique!!) de luminárias em formas de carpas. O curso foi dado pelo Lucas Isawa (www.isawalucas.com) - um artista espetacular, que faz luminárias incríveis em formas de peixes - com bambu. A exposição dele está no Museu da Casa Brasileira e eu o conheci numa entrevista que fiz para o suplemento dos 100 anos da Imigração Japonesa no Brasil. Foi um encontro gostoso!! Ele é uma pessoa especial.
A luminária em forma de carpa é homenagem ao koinobori. Em todo o Japão, as famílias com filhos homens hasteiam, neste dia, sobre um mastro de bambu, o Koinobori, que é uma carpa colorida de tecido ou papel. Quando o Koinobori é visto tremular junto ao céu azul tem-se a impressão de estar vendo uma carpa nadando contra a correnteza. O Koinobori representa o Dia dos Meninos, e a carpa é um símbolo de força, persistência, bravura e sucesso.

O curso reuniu 30 crianças, de diversas idades. O resultado foi muito bonito!!
Seguem fotos do meu artista...

















Nos finalmentes...


A arte. A primeira destas é dele:




Artista brincando com a arte

quinta-feira, junho 26, 2008

Yan





Que menino feliz! Fico orgulhosa em ser madrinha de um bebê tão fofo. E a mãe dele? A Saionara está se saindo uma mãe maravilhosa...

Vejam que delícia!!











Fomos visitar a Meire...

segunda-feira, junho 23, 2008

Olha o Arraial aí, genteeee!

Festa Junina na escola do Caleu, Nosso Cantinho. É sempre gostoso vê-lo brincando com os amiguinhos e se divertindo! Boa oportunidade para conversar e conhecer melhor os outros pais. A família unida tb é bom d+!!
Seguem imagens da festinha.

Caleu dançando... muito fofo!!


Caleu e eu


Tia Lúcia, eu e Vovó Lenita


Eu e papigão


Caleu pintando o vovô


Caleu e vovô


Eu


Caleu de caipirinha


Pedro Ramos


Isabela, LINDA!!!!


Sayuri, Caleu e Isa


Caleu e Henrique

quinta-feira, junho 05, 2008

Raízes

Eu estou fazendo uma verdadeira viagem ao meu passado e aos meus antepassados por conta do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Todo mundo tem suas raízes, quer aceite ou não. Eu, durante um tempo da minha vida, fugi disso. Em uma conversa com um entrevistado, japa como eu, falamos sobre isso. Sentados no chão, em meio as luminárias-esculturas que ele faz (por sinal, belíssimas!!), comentamos de como fugimos da cultura nipônica... seja por qual razão for. No meu caso, na adolescência, muitos "amigos" por maldadade ou sacanagem ficavam me chamando de "Neusa" ou dizendo que eu tinha "a coisa atravessada". E como todo adolescente, ainda sem personalidade forte, eu fugia de ser a japinha da turma. Mas enfim, conversando com ele, ele disse: "Não há como negar. É como tentar diluir a cor vermelha dentro de um copo d´água. Por mais que a gente queira diluir em outros copos, o vermelho sempre vai aparecer. E você se vê japa mesmo quando de repente dá vontade de comer tsukemon com gorran. Ninguém entende, só outro japonês." É isso mesmo. Nas entrevistas que fiz, por conta dos suplementos da imigração, me vi cara a cara com meu passado e coisas da infância. Lembrei das pipas que meu Ditan fazia para vender aos meninos da Vila Carrão. Do Butsudan, oratório em homenagem aos antepassados mortos, que tinha na casa da Fofinha. Das formas do origami. Das músicas e melodias japas. Do Teru Teru Bozo. O Japan Pop Show. Das histórias contadas. Das costuras da Fofinha, das freguesas japonesas originais dela. Foi uma viagem maravilhosa. Fico envergonhada, hoje, de um dia ter pensado em ser outra pessoa - que não eu, com meus olhos amendoados. Mas para merecer as raízes é preciso ter força, personalidade. E isso Só ganhei na maturidade. Hoje, apesar de ser uma japa meio fake, tenho orgulho da onde vim. Meu sobrenome também é OUTSUKA. E quero muito que meu filho (que já tem aula de japonês na escola), tenha contato com a cultura japonesa - de alguma forma. Que as gerações futuras não tenham que se sentir constrangidos com os olhos puxados e sim, tenham orgulho. Eu gostaria de ter feito diferente. Mas antes tarde, do que NUNCA. Sou japa sim, e daí? A minha beleza oriental e minha educação - só me trouxeram coisas boas na vida. Sou feliz assim.
Banzai!!! VIVA O JAPÃO!!!

domingo, junho 01, 2008

A menina e o pássaro encantado

Achei esta história linda. Eu ouvi uma vez que o sofrimento traz belas obras...

"Era uma vez uma menina que tinha como seu melhor amigo um Pássaro Encantado.
Ele era encantado por duas razões:
Primeiro porque ele não vivia em gaiolas.
Vivia solto.
Vinha quando queria.
Vinha porque amava.Segundo, porque sempre que voltava suas penas tinham cores diferentes, as cores dos lugares por onde tinha voado.
Certa vez voltou com penas imaculadamente brancas, e ele contou estórias de montanhas cobertas de neve. Outra vez suas penas estavam vermelhas, e ele contou estórias de desertos incendiados pelo sol. Era grande a felicidade quando estavam juntos. Mas sempre chegava o momento quando o pássaro dizia:
"Tenho de partir."
A menina chorava e implorava:
"Por favor não vá fico tão triste. Terei saudades e vou chorar..."
"Eu também terei saudades", dizia o pássaro. "Eu também vou chorar. Mas vou lhe contar um segredo: eu só sou encantado por causa da saudade que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for não haverá saudade. E eu deixarei de ser o Pássaro Encantado e você deixará de me amar."
E partia. A menina sozinha, chorava. E foi numa noite de saudade que ela teve a idéia: "Se o Pássaro não puder partir, ele ficará. Se ele ficar, seremos felizes para sempre. E para ele não partir basta que eu o prenda numa gaiola."
Assim aconteceu. A menina comprou uma gaiola de prata, a mais linda.
Quando o pássaro voltou eles se abraçaram, ele contou estórias e adormeceu.
A menina, aproveitando-se do seu sono, o engaiolou. Quando o pássaro acordou ele deu um grito de dor.
"Ah! Menina...que é isso que você fez? Quebrou-se o encanto. Minhas penas ficarão feias e eu me esquecerei das estórias.
Sem a saudade o amor irá embora..."
A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por acostumar.
Mas não foi isso que aconteceu. Caíram suas plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar. Também a menina se entristeceu.
Não era aquele o pássaro que ela amava. E de noite chorava pensando naquilo que havia feito com seu amigo...
Até que não mais agüentou. Abriu a porta da gaiola.
"Pode ir, Pássaro", ela disse." Volte quando você quiser..."
"Obrigado, menina", disse o Pássaro.
"Irei e voltarei quando ficar encantado de novo. E você sabe: ficarei encantado de novo, quando a saudade voltar dentro de mim e dentro de você! "

Rubem Alves