terça-feira, maio 30, 2006

Como uma boa paulista

Ela saiu de casa na hora exata. Nem um minuto adiantada ou atrasada. Pegou o carro e foi em direção ao metrô. Deixou no estacionamento. Pôs a mochila com lep top nas costas e seguiu o caminho. Esperou pouco pelo trem. Entrou e sentou num banco - sozinha. Como é ponto final ou de saída, tem poucas pessoas ali. São seis estações até chegar no local. Colocou o ipod nos ouvidos e escolheu uma música: Alegria, do disco de Cirque Du Soleil. É uma música com ritmo, gostosa de ouvir - que passa boa energia. A vibração tomou conta de seu corpo e mente. E foi trabalhar feliz da vida. Caminhou um quarteirão na Avenida Paulista - com os olhos arregalados. Curiosa em ver o mundo. A sensação de liberdade é indescritível.
Tudo seria normal - se ela não fosse EU.

segunda-feira, maio 29, 2006

Morte

Eu não sei lidar com perdas. Principalmente de gente. É muito difícil aceitar que algum ser-humano pode - de repente - de uma hora para outra, puf! Perder a vida. É golpe baixo. Uma dor que arrasa o peito. Parece que nunca vai acabar. Ainda bem que existe o tempo. Com o passar dele, as coisas passam... amenizam. Não desaparecem. Pois tem coisa que fica grudado na gente - como cicatriz.
E tem gente que trata a vida como coisa qualquer - sem valia. Estar vivo é um tesouro. Felicidade é estar vivo. Não sei o que se passa do lado de lá. Tenho medo de saber. Mas gostaria que fosse um lugar bom, com tranquilidade, paz e muito amor. Porque tem gente que não deveria morrer - e está lá.