quinta-feira, março 27, 2008

No ar



Sinto-me como um pássaro a voar... perdido entre as nuvens do céu. É como se não houvesse direção certa para seguir e simplesmente, voa, voa, voa... a procurar o que lhe dê sentido. Com isso, o vento, a chuva, um trovão, um raio de sol ou qualquer obstáculo que seja, pode mudar meu rumo. Não é tristeza, falta de amor, saudade e nem tédio. Não é nada disso. Apenas estou perdida no ar. Mas permitam-me ficar assim.

Espero, em breve - reagir, voltar, lutar...

terça-feira, março 18, 2008

Pisca-pisca

"A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.

– E depois que morre – perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese."

quarta-feira, março 12, 2008

Calma

Se você está no ponto de estourar mentalmente,
silencie alguns instantes para pensar.
Se o motivo é moléstia no próprio corpo,
a intranqüilidade traz o pior.
Se a razão é enfermidade em pessoa querida,
o seu desajuste é fator agravante.
Se você sofreu prejuízos materiais.
A reclamação é bomba atrasada,
lançando caso novo.
Se perdeu alguma afeição,
a queixa tornará você uma pessoa menos simpática,
junto de outros amigos.
Se deixou alguma oportunidade valiosa para trás,
a inquietação é desperdício de tempo.
Se contrariedades aparecem,
o ato de esbravejar afastará de você o concurso espontâneo.
Se você praticou um erro,
o desespero é porta aberta a faltas maiores.
Se você não atingiu o que desejava,
a impaciência fará mais larga a
distância entre você e o objetivo a alcançar.
Seja qual for a dificuldade,
conserve a calma trabalhando, porque,
em todo problema a serenidade é o teto da alma,
pedindo o serviço por solução.

(Chico Xavier)

sexta-feira, março 07, 2008

Desabafo de mãe

Difícil falar de algumas coisas, que apertam o coração e deixam as lágrimas cair. Educar não é fácil. A gente se contradiz, faz o que não deve, dá vontade de chorar na frente do filho. Me sinto, muitas vezes, sem ação. Pode até parecer bobagem para quem lê ou ouve. Mas não é. A rotina de cuidar de uma criança deixa qualquer pessoa maluquinha. Ainda mais, se é a mãe. Parece que eles agem diferente, fazem mais manha, ficam mais teimosos - com a mãe. Acho que sabem do amor incondicional. Ou sentem. Mas o fato é que não é fácil e isso tem afetado o meu humor e minha vida. O que pode parecer algo fácil, simples - se transforma em discussão. Na hora de acordar, fazer lição, comer, tomar banho, dormir... nada disso é feito com alegria ou até mesmo, com vontade. Tenho que falar uma, duas, três, quatro, cinco vezes... daí na sexta vez, eu conto até dez para ver se a paciência volta. E quando não volta, me seguro. Engulo a raiva. E a minha voz, claro, fica mais alta, mais brava. E ele reclama, diz que sou chata, que sou brava,que não tenho paciência... peraí!!! Eu não tenho paciência? Realmente, ela não anda entre as coisas que mais cultivo em meu ser, mas tenho sim. Principalmente com ele. A minha cabeça fica dando mil voltas, pedindo ajuda para o céu... será que alguém pode me ajudar, me dar uma luz de como resolver esta questão? Ou será que é assim mesmo? E claro, as brincadeiras, ele quer com outra pessoa... afinal eu sou a brava, a chata... Meu filho é um menino de ouro, bonzinho. Mas teimoso. Amo-o mais do que tudo no mundo e por isso, estas questões, por mais simples que sejam, pegam em mim, me deixam triste e chateada. Pode ser também que eu esteja mais sensível por conta da TPM. Mas não é de hoje que me sinto assim. De mãos atadas. As pessoas podem me dizer, é "assim mesmo". Mas não consigo aceitar. Já ouvi também: "é que você fica muito tempo com ele". Mas ué, mãe tem que ficar perto do filho, não é? Claro que quando eu tinha a babá dele (santa Jose!!) era mais fácil. Eu entrava em cena só em alguns momentos oportunos... mas agora, não. 24 horas sem sair de cima. Não é que eu não goste, pelo contrário. Adoro ser mãe. E por mais difícil que seja, os momentos de paz são como tesouro. Um abraço, um beijo, um afago. Olhar para mim e dizer que sou linda, que fiquei mais bonita com a roupa tal... ou pede para ficar agarradinho. Sei que qualquer relação não é 100% felicidade, alegrias... mas bem que estas rusgas do dia-a-dia podiam ser só de vez em quando. Porque todo dia, não há mãe e nem santa que agüente.
Foi só um desabafo...