terça-feira, outubro 11, 2005

Violência

Ontem à noite aconteceu algo muito chato e temido. Minha cunhada e um colega dela foram assaltados em frente a Vila onde moro. Eu tinha ido ao shopping com o pequeno para comprar alguns presentes de Dia das Crianças. Quando estava saindo do shopping, minha cunhada me liga dizendo que estava na rua de minha casa. Preocupada com ela, sai a milhão - o shopping fica pertinho da minha casa. Em menos de 3 minutos eu estava na minha rua. Foi quando eu vi uma cena estranha, quatro homens entrando dentro de um carro, minha cunhada na rua desesperada e um outro homem ao lado dela. A minha primeira reação foi não deixar ninguém entrar no meu carro - já que não sabia quem era o tal homem. Foi quando ela falou que era amigo dela, então abri a porta do carro. Eles pediram para que eu seguisse o carro roubado... Maluca e nervosa, eu fui. Na Ricardo Jafet, eu gritei para um posto de policial - mas ninguém me atendeu. O amigo da minha cunhada pegou meu celular e ligou para o 190 - dizendo que estávamos perseguindo os ladrões na Avenida e pediu para que um carro da polícia viesse atrás. Eu estava compenetrada seguindo o carro. Acho que eles notaram, pois começaram a fazer algumas manobras estranhas. Mesmo assim eu fui atrás. A nossa esperança é que um carro de polícia estivesse por ali e tomasse conta da perseguição. Quando chegamos na Rodovia dos Imigrantes, já perto de Diadema, o carro entrou numa rua que cai em uma favela. Ali, desisti. Como estava com meu filhote, não quis arriscar. Logo depois, encontramos um carro da polícia rodoviária. Ficamos um tempo esperando os policiais chegarem e fomos ao DP. No fim das contas, acho até que eles tiveram sorte. Não fizeram nada com eles e não os levaram. Ela perdeu a bolsa, com cartões, cheque, dinheiro (ela ia viajar hoje e carregava R$2.400), maquiagem... O amigo perdeu o carro com tudo dentro. E nós, estamos muito preocupados. Nesta hora mil coisas passam pela nossa cabeça - se eu tivesse chegado um minuto antes, poderia ter sido pega junto. Se ela não tivesse ali, poderia ter sido comigo. Mas graças à Deus, meu santo é forte. Agora vamos procurar saber com os vizinhos se eles gostariam de contratar um guarda para colocar na rua. Pelo menos, a presença dele vai inibir ações como esta. Há uma semana atrás eu pensava em votar sim no referendo. Em alguns momentos eu chegava a ficar com dúvida. Agora, voto NÃO. Os bandidos sempre, sempre estarão armados. E não posso tirar o direito de alguém que quer se defender. Eu não tenho coragem de ter armas e nunca terei. Mas se alguém quiser, que tenha. E se defenda. Já que quem tem que nos proteger, não o faz.